Coluna Cult Trash, #1: Nova Geração e Hábitos.

    Navegar é preciso, e nossa embarcação derriba rumo ao ápice profundo! Logo, conhecimentos adquiridos são postos em prática, e gracejos retrocedidos ao contrato social escolar. Enfim, atualidade é algo fabuloso, muito mais genial ainda, é viver numa modernidade tamanha, da qual blogspot é terceira nota.

    Mas, às vezes, me encontro num dilema que me coloca num espeto de furar galeto: eu vivo numa geração próspera? Será que toda essa loucura em que vivemos, de rotinas loucas, de viver na expectativa de morrer da maneira menos dolorida, de música sem contexto histórico e apelo comercial gritante, de tecnologia que torna mais sedenta a vida de quem já não fazia nada naturalmente... é válida? Filosófico demais, puf.

    Porém, esse texto vem provocar à uma questão saudosista até, porém muito complexa e profunda. Eita trepeça encabulosa! Mas, é de se questionar como andamos vivendo, nessa idade de que dizem que tem flores crescendo na nossa pele. Nervos, esses lazarentos nos tornam menos humanos a cada dia. Cito o Rei das vozinhas assanhadas, Roberto Carlos, para ilustrar tal fato:

Eu queria poder afagar uma fera terrível

Eu queria poder transformar tanta coisa impossível

Eu queria dizer tanta coisa

Que pudesse fazer eu ficar bem comigo

Eu queria poder abraçar meu maior inimigo

Eu queria não ver tantas nuvens escuras nos ares

Navegar sem achar tantas manchas de óleo nos mares

E as baleias desaparecendo

Por falta de escrúpulos comercias

Eu queria ser civilizado como os animais [...]

Não sou contra o progresso

Mas apelo pro bom senso

Um erro não conserta o outro

Isso é o que eu penso

    É, meus queridos, nós que estamos saindo da casca do ovo, ao modo Carlos Sandro de pronunciar, precisamos ser “civilizados como os animais”. Simplesmente porque estamos vivendo num processo de desumanização, do qual valores que podem nos parecer antiquados, mas que eram importantes para nossa formação moral e cívica. Educação Moral e Cívica. Grande disciplina era essa, que obrigava meu pai a cantar três hinos no sol quente. Desnecessário, confesso. Mas a ditadura militar da época o fez respeitar essa nação.

    Porém o respeito, é o que mais falta a essa cambada de maus elementos juvenis, da geração do qual eu pertenço. Chamar seu progenitor de “tu”, professor pelo nome de qualquer cachorro, e coordenadora de “tia”, é no mínimo o fim das tradições formais, evoluindo pra uma canalhice de nomeclaturas. Todo mundo é cafetão e meretriz, nessa vida em que a ninguém importa se nasceste honrado. Honrado de conhecimentos, boas intenções e amor.

    Sim, nossa geração não vê o lado belo interior das pessoas, nem valoriza o bonito. Ou seja, o que vale pra se ter uma mulher, se questiona desesperados, todos os caras que pensam além dos fatos. Vale ter estilo, se impor pra ser o que não é, e um cabelo tão caricato quanto uma depilação com formato de letra.

    Esse texto pode parecer um assassinato de linguiças, pois a enchemos de maneira assustadora. Mas, que fique para a mente dos leitores sempre superdotados, retalhos de mensagens que valem a pena de serem absorvidas. Se não entendeu pissiroca nenhuma, lamento e te ofereço um tic-tac.

Danilo Quixaba