quinta-feira, 24 de março de 2011

Bolívia triunfa, mas continua falida

     Não estamos falando do país que tem o índio lá como presidente. Estamos falando da “Bolívia querida”, Sampaio Correia, time de escol (?), maior torcida, tradição e futebol, como diria seu lindo – e pré-histórico – hino cantado originalmente por Vicente Celestino (um daqueles cantores da boemia que nosso avós ouvem chapados).
     E falando em tradição, antes de adentrarmos no tema futebol maranhense, podemos citar uma velharia poética, para descrever como anda essa modalidade pelas terras da grande maranha.

Cajueiro velho
Vergado e sem folhas
Sem frutos, sem flores
Sem vida, afinal
Eu que te vi
Florido e viçoso
Com frutos tão doces
Que não tinha igual
Não posso deixar
De sentir uma tristeza
Pois vejo que o tempo
Tornou-te assim
Infelizmente também é certeza
Que ele fará o mesmo de mim […]
Seguimos marchando
Em uma só direção
Agora me resta da vida o fim
E da mocidade a recordação

     Que lindo! Realmente dá vontade de morrer ouvindo essa música. Uma tristeza que invade, e... enfim. O foco de ilustrarmos esse texto com essa música originalmente interpretada por Alcione, e que tem como compositor João Carlos, o seu pai, é retratar que nosso esporte já foi glorioso, considerado o oitavo melhor do Brasil, que, pra alguns radicais, só consegue fazer uma coisa com qualidade: produzir um bom futebol.
    E, de um passado tão genial, hoje, mergulhamos num combalido esporte regado somente por políticos apaixonados e interesses financeiros de uma federação esportiva de olhos esbugalhados.
Interessante realmente é que, em meio de tudo isso, assim como Fênix que ressurge das cinzas, o Sampaio Correia vive uma boa fase de ressurreição, em que eliminou da Copa do Brasil o Sport de Recife, e ganhou nessa última quarta-feira, o time paulista do Santo André. Viva o tubarão da ilha! É, venceu de dois times que estão em crise. Mas, convenhamos, estamos numa pior. Mesmo assim, conseguimos puxar um troco, que vai servir pra por as coisas no lugar, aqui no nosso futebol.
   Temos um estádio muito bonito, chamado ironicamente de “Castelão”, engrandecendo seu idealizador, João Castelo, atual prefeito desta localidade linda, que se chama São Luís. Tudo história. Inclusive, história essa, que adormece qualquer boi. Simplesmente porque, o mesmo, está desativado. E falta de dinheiro não foi: seis milhões destinado para ele. Para onde foi a bufunfa? Pro caixa do nosso blog é que não foi.
      Esse ressurgimento do nosso esporte através dos adventos do Sampaio, vai abrir o olho ganancioso de quem administra o futebol, que vai ter pelo menos mais cuidado com o cumprimento do já combalido estatuto do torcedor.
    Mas vale lembrar que enquanto hoje tudo é alegria e rosas, a Bolívia continua falida. Todos os times estão em profunda crise financeira, sem patrocínio algum, e ainda por cima, desprestigiados entre a torcida, que só vai aos estádios quando os times de fora nos agraciam com placares vergonhosos, e jogos tão chatos de assistir, quanto de ler esse texto. Sinceridade devia valer ponto.
    E honestidade, devia ser o princípio que devia reger, a cabeça de quem está no comando de tudo isso. O futebol é nossa alegria, faz o drogado ser atleta, e o jornalista desempregado ser cronista. Não deixem que essa alavancada dos nossos times seja apenas uma febre que passa com o primeiro chá de boldo.
     Que volte os momentos gloriosos desta modalidade, que nos fazia ter orgulho e tornava-nos patriotas, retorno esse que aqueceria nosso primor por esta unidade federativa que tanto desgosto nos dá.



Danilo Quixaba, Caio e Christian.

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